Uma pesquisa da Qualibest, encomendada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), revela que a maioria dos homens não busca médicos especialistas para exames preventivos ou ao surgirem sintomas. Especificamente, apenas 29% procuram endocrinologistas para problemas hormonais e 34% buscam urologistas.
Esse comportamento contrasta fortemente com o das mulheres, das quais 53% consultam um ginecologista ao primeiro sinal de alteração.
Segundo Alexandre Hohl, vice-presidente do Departamento de Endocrinologia Feminina, Andrologia e Transgeneridade (DEFAT) da SBEM, a resistência dos homens em procurar ajuda médica está enraizada em uma “síndrome do super-homem” e na negação da possibilidade de estarem doentes. Menos da metade dos homens procura especialistas quando surgem sintomas, e tendem a buscar ajuda principalmente para questões relacionadas à esfera sexual.

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) estima que 100 milhões de homens no mundo sofram de disfunção erétil, sendo mais comum após os 40 anos. No Brasil, a prevalência atinge cerca de 50% dos homens nesta faixa etária, totalizando aproximadamente 16 milhões de casos.
Além dos problemas sexuais, a disfunção erétil está associada a um risco maior de ataque cardíaco e AVC, conforme a American Heart Association. Já a ejaculação precoce afeta de 20% a 30% dos homens em algum momento da vida, independentemente da idade.
Hohl destaca que diversas doenças, como diabetes e hipertensão, podem comprometer a saúde masculina desde cedo, agravadas por fatores externos como estresse e má alimentação. Mauro Muniz, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia do Rio de Janeiro (SBURJ), observa que os homens, ao contrário das mulheres, não têm um acompanhamento médico contínuo desde a adolescência, o que dificulta a identificação precoce de problemas de saúde.
Para aumentar a conscientização, a SBEM promove campanhas para alertar sobre os riscos de negligenciar a saúde masculina e encorajar a procura de especialistas ao surgirem sintomas. Essas iniciativas visam a educação e a promoção da saúde, destacando a importância de um acompanhamento médico regular.
Fonte: Globo.com